Notícias • Publicado a 23, Dezembro de 2021
Mais do que a tradicional solenidade religiosa, a quadra natalícia é um período especial que nos leva hoje, como sempre, a recordar a necessidade de preservarmos e dar maior autenticidade a alguns dos valores perenes que, desde sempre, lhe estão associados, como a harmonia familiar, o espírito de confraternização, a amizade, a solidariedade, a tolerância, que é um atributo dos fortes, e a esperança num mundo melhor.
Contudo, este ano a definição de reencontro encerra particular importância, pelo que hoje, mais do que nunca, importa refletir sobre o significado que este período, marcadamente festivo, ocupa nas nossas vidas.
O ano que agora finda, na sequência de 2020, apresentou-se como um dos mais desafiadores e complexos da nossa história recente. A situação pandémica vivida trouxe consigo um conceito de reencontro que não termina no nosso lar, mas que se estende igualmente ao nosso serviço e a todos com quem diariamente trabalhamos.
Apesar dos constrangimentos criados pela pandemia, as mulheres e homens que compõem os Corpos de Bombeiros garantiram, a todo o momento, que as nossas missões se mantivessem ininterruptas e fiáveis, assegurando desta forma a manutenção da nossa total capacidade operacional em áreas tão relevantes como a Busca e Resgate, o Pré-Hospitalar e as ações de proteção civil no geral.
Faço, por isso, votos de que a exemplar postura assumida pelos nossos operacionais continue a honrar a sua condição de ‘Soldados da Paz’ com a dignidade e o humanismo que a caracterizam e que assentam em dois dos mais importantes pilares desta instituição: a missão e o compromisso pela excelencia do serviço prestado. Mas este é também um período que, no plano profissional, convida à ponderação e ao balanço da atividade desenvolvida de um ano, durante o qual, muitas foram as circunstâncias em que se superaram os seus desafios, com a serenidade e a atitude, que nos caracterizam, norteada pelo superior interesse da salvaguarda da vida humana.
A todos os que neste Natal se encontram apartados do convívio das suas famílias e do conforto dos seus lares, contribuindo para uma vida melhor das populações, rendo a minha estima e profundo respeito, formulando votos para que possam encontrar no cumprimento das suas missões, a certeza do nosso acompanhamento pessoal e institucional, o amparo e o incentivo para superarem o afastamento das suas famílias e amigos nesta época festiva; é, por isso, de elementar justiça, reconhecer a Vossa preseverança e dedicação à causa que, altroisticamente, escolheram abraçar nutrindo, por vós, subida consideração.
Contudo, não poderia deixar de afirmar claramente que os tempos que temos vivido, marcados pelas circunstâncias económicas e financeiras que o país e o mundo atravessam, cujos efeitos se fazem sentir acentuadamente na ideial gestão dos recursos humanos e materias, não têm sido fáceis e perspetivam como delicados os tempos vindouros, impondo-nos respostas prontas e qualificadas, a gestão criteriosa das disponibilidades e a capacidade de encontrar soluções que tornem o futuro – que queremos e merecemos – melhor.
Ciente de que o novo ano continuará a ser de trabalho intenso, estou também convicto de que é perante esse tipo de desafios que o valor e a grandeza dos nossos homens e mulheres se manifestam, principalmente, na firmeza como os enfrentam e na determinação como os superam.
Indubitavelmente, com o vosso apoio, este SRPCBA continuará a corresponder às responsabilidades que lhe estão confiadas e a pautar a sua ação pela salvaguarda dos valores éticos e morais, dando o melhor da sua capacidade, discernimento, serenidade, determinação e forte sentido de responsabilidade e de missão.
E porque este Serviço conta com tantas outras entidades que connosco colaboram como agentes de proteção civil, para eles também um grato reconhecimento do esforço emprestado em todas as ações nas quais se empenharam, amiúde, prescindindo do conforto do lar e da companhia dos seus entes mais queridos.
Certo disso, deixo uma nota de esperança, espelhada na singela frase de Fernando Pessoa que, ora, cito: “… não temo o que virá, pois, venha o que vier, nunca será maior do que a nossa alma”.
Termino, pois, com a formulação de afetivos votos de um Santo e Feliz Natal e de um seguro, próspero e bem melhor ano de 2022 a todas as famílias, na pessoa dos seus operacionais e pessoal administrativo que tão dignamente as representam.